sábado, 17 de agosto de 2013

Google diz que usuários do Gmail sabem que não têm privacidade

Para se proteger de um processo no qual é acusado de violar as leis de escuta ao vasculhar o conteúdo de email, o Google admitiu que os usuários do Gmail não têm “expectativa razoável” de que suas mensagens sejam confidenciais e que "devem necessariamente esperar que seus e-mails sejam sujeitos a processamento automático". Ou seja, sabem que seus emails e o conteúdo deles são acessados livremente pela companhia.

O documento judicial com a resposta da empresa foi descoberto pelo grupo de defesa do consumidor Consumer Watchdog, que classifica a revelação como “uma admissão chocante”. Eles tiveram acesso ao documento após as grandes empresas de tecnologia terem que explicar seu papel na espionagem massiva da Agência Nacional de Segurança sobre cidadãos e empresas dos Estados Unidos e de outros países.


O processo foi aberto em maio e alega que o Google “abre, lê e adquire ilegalmente o conteúdo de mensagens privadas dos usuários” para direcionar propaganda. De acordo com o Folha De S. Paulo, o presidente do conselho da empresa, Eric Schmidt, é citado na peça e diz que “a política do Google é chegar bem perto da linha do inadmissível sem cruzá-la”.

A empresa diz que se trata de “práticas comuns de negócio” e que “da mesma forma que o remetente de uma carta a um colega de trabalho não pode se surpreender caso a secretária deste abra a carta, as pessoas que usam email baseado na web não podem se surpreender se suas comunicações forem protegidas pelo serviço de comunicações eletrônicas do destinatário, no curso da entrega”.

Ainda segundo a publicação, o presidente do Consumer Watchdog, John Simpson, disse que a resposta do Google remete a outra analogia. A de que um email é como uma carta. Espera-se que ela seja entregue no endereço indicado e não que o carteiro a abra e leia. “O Google, enfim, admitiu que não respeita a privacidade”, disse.

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