terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Microsoft pagou secretamente usuários do Youtube que fizessem vídeos promovendo o Xbox One

No último fim de semana vazou na internet um acordo sigiloso que a Microsoft teria feito com o canal Machinima para pagar aos usuários que criassem vídeos no Youtube que tivessem pelo menos 30 segundos de gameplay do Xbox One, sem falar mal do jogo ou do console. A promoção ofereceu US$ 3 CPM (três dólares a cada mil visualizações) e precisava ser mantida em segredo, como uma das condições do contrato.

Quem montou a história em cima dos vazamentos foi o Ars Technica. Uma cópia completa do que seria o contrato oferecido aos usuários pode ser vista no PasteBin e a imagem acima saiu do conhecido fórum NeoGAF. Exigências extras do acordo incluíam não falar palavrões ou "linguagem inapropriada", fazer "menção verbal" de que estava jogando o Xbox One e colocar no vídeo a tag "XB1M13". Pesquisar por essa tag no Youtube traz mais de 6.000 resultados e os mais recentes são de "youtubers" indignados com a notícia do pagamento.


Ainda que não seja novidade uma empresa pagar produtores de vídeo de redes sociais para promoverem seu produto, a prática em questão tornou-se polêmica por exigir o sigilo de que estariam sendo pagos. Segundo o FTC, órgão regulador de práticas de mercado nos EUA, essa promoção é irregular, pois as regras de acordos comerciais exigem "completa transparência se existe uma ligação entre o vendedor e quem promove o produto, por essa ligação poder afetar a credibilidade da promoção de tal produto".

O investimento da Microsoft nessa promoção, porém, foi mínimo. Uma vez que ela seria encerrada (e já foi) nos 1,25 milhões de visualizações, fazendo-se a conta de três dólares a cada mil, tem-se que foi investido um total de US$ 3.750 (R$ 8.790) para pagar aos usuários. Só não se sabe se foi feito algum pagamento direto aos gerentes do Machinima. Mas como o próprio Ars Technica salienta, esse dinheiro gera um retorno incalculável pois, mesmo a promoção tendo sido encerrada em 16 de janeiro, os vídeos ainda estão no ar, gerando visualizações.

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